Murilo Benício, um policial que investiga a própria polícia em "Força-Tarefa", diz que a violência pode assumir diversas formas.
Exatamente três meses após o término de A Favorita, novela em que viveu o cafajeste Dodi e cujo último capítulo foi ao ar em 16 de janeiro, Murilo Benício volta à TV no seriado policial Força-tarefa, que terá 12 episódios. O personagem de Benício, o tenente Wilson, faz parte de uma equipe de policiais que investiga os desvios de conduta dos integrantes da própria corporação. Gravando intensamente desde 2 de março, ele preparou-se para o papel fazendo aulas de tiro e participou de palestras com policiais do serviço reservado, “dessa polícia que investiga a polícia”, explicou. O ator mora no Rio de Janeiro e confessa ter medo de criar ali os filhos, Antônio, de 11 anos, de seu casamento com Alessandra Negrini, e Pietro, de 3 anos, da união com Giovanna Antonelli.
QUEM: Você tem medo da violência carioca?
MURILO BENÍCIO: Temo a realidade que se impôs, mas não deixo de viver. Já fui assaltado uma vez, mas em São Paulo.
QUEM: Como se preparou para o papel? Fez laboratório em alguma corregedoria de polícia?
MB: Tivemos algumas palestras com policiais do serviço reservado, dessa polícia que investiga a polícia, e fiz aulas de tiro para aprender a usar a arma como um policial, pois esse é o primeiro trabalho em que não estarei do lado dos bandidos. O policial passa por um treinamento e realmente sabe usar uma arma. Já o bandido simplesmente pega a arma e dispara.
QUEM: Mal saiu de A Favorita e já está emendando um novo trabalho na TV. Não está cansado? MB: Já tinha planejado férias, mas, quando recebi o convite do Alvarenga (José Alvarenga Jr.), não pude recusar. Temos uma parceria de longa data.
QUEM: Tem medo de criar seus filhos no Rio?
MB: Morro de medo. Mas meu medo vai muito além dos bandidos, porque a violência pode estar mascarada de diversas formas em uma cidade grande. QUEM: Por que você acha que os policiais se corrompem tão facilmente? MB: Não são todos que se corrompem, e nunca julguei esses profissionais. Com Força-tarefa, percebi mais claramente as dificuldades que enfrentam diariamente.
QUEM: É a favor da legalização das drogas?
MB: Essa não é uma questão de opinião pessoal, mas de justiça. Não sou um especialista, não tenho dados estatísticos ou uma tese. Venda e consumo de drogas são proibidos por lei, não compete a mim polemizar sobre um assunto sem os conhecimentos necessários.
QUEM: Teme comparações com o seriado A Lei e o Crime, da Rede Record? Já viu?
MB: Ainda não vi, mas já posso adiantar que são propostas muito diferentes. O ponto central de Força-tarefa é a investigação de membros da própria corporação.
QUEM: Parece estar um pouco mais “cheinho”. Engordou para o papel?
MB: Nem todos os policiais têm corpos atléticos. E nem todos são “cheinhos”, como você carinhosamente está chamando os gordinhos. Por isso, a aparência não foi uma preocupação para este trabalho. Mas também não larguei mão completamente, tenho feito pilates todo dia.
QUEM: No final de 2007, a Rede Globo mostrou interesse em transformar o filme Tropa de Elite num seriado para TV, mas as negociações foram canceladas. Você acredita que Força-tarefa está sendo produzida para cobrir esse espaço?
MB: Acredito que esse assunto está em voga há tempos. Tivemos esse universo da violência urbana, da favela, do crime, discutido em projetos como Cidade de Deus, Carandiru, Cidade dos Homens e também em Duas Caras, que discutia a questão da milícia com o personagem do Fagundes (Antônio Fagundes) na novela.
QUEM: Gosta de seriados policiais? Tem algum personagem favorito ou se inspirou em algum? MB: Não chego a ser viciado. Por exemplo, devo ser o único que nunca viu um capítulo de Lost. E evito as séries de médico porque sou um pouco hipocondríaco (risos). Cada sintoma que o dr. House (Gregory House, personagem do ator Hugh Laurie no seriado americano House) fala, eu sinto (risos). Mas assisto CSI, Soprano e outros.
xoxo.
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