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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Milan Fashion Week: 2º Dia


Prada e Calvin Klein vieram para sacudir, enquanto Salvatore Ferragamo e Emporio Armani chegaram para não decepcionar. Por Sylvain Justum
Bottega Veneta
O segundo dia da temporada masculina de Milão começou texturizado, austero, porém elegante ao extremo, com o belo desfile da Bottega Veneta (o desfile mais sofisticado), outra a apostar em discreta cartela para o próximo verão.



Prada
Pode separar a bota de bico fino e salto carrapeta, investir em jaquetas decoradas com pedrarias e prints psicodélicos, flores otimistas em tons fluo que provocam, incomodam, questionam. Essa é a rotina de Miuccia Prada, acostumada a fazer girar a roda das tendências e costumes. Seu desfile de verão 2012 dá pista inclusive para o que está por vir em setembro, para a ala feminina. As calças aqui são slim, de lã clássica, fininha. Boa base para jaquetas leves, de alfaiataria, bordadas estrategicamente com pedrarias de aspecto pop, lembrando dessas que você encontra no comércio popular das grandes cidades.
Um tanto kitsch, é bem verdade. Muitas estampas, de espírito lúdico, parecendo quadrinhos, outras brecholentas, nas pólos que devem vender como água. Boinas na cabeça, brogues franjados e botas caubói irresistíveis nos pés devem ser hit de ruas e editoriais. Mas o verdadeiro desafio é mesmo sair por aí com uma das calças floridas, de tons acessos como o pink e o limão. Tem coragem? Muita gente vai ter, repare.


Calvin KleinAudácia continua tendo a Calvin Klein, que, enquanto o mundo caminha para o emprego de materiais naturais, confortáveis e low-profile, continua apostando na tecnologia, em tecidos com cara de plastificados, futuristas. E faz bem. O verão tem pegada esportiva, com mil calças jogging e regatas sobrepostas – sim, regatas! – e sapato de plataforma translúcida. A cartela é deliciosa, composta de muito branco, derivados de verde e azuis pálidos, com arroubos de eletricidade mais para o final do desfile. Mais uma vez, a chave está nas texturas. T-shirts de shape quadrado, nada óbvio, blazers e jaquetas com relevo de colmeia, outros com um sofisticado efeito escama de peixe – ou de cobra, como queiram -, ao som de Jean-Michel Jarre. Vamos combinar uma coisa? Ou você é a Calvin Klein ou segue o fluxo da slow fashion, do cool e natural, certo?

Salvatore Ferragamo e Emporio Armani, se não surpreendem, também não decepcionam. Cumprem o seu papel de entregar boa moda, impecavelmente desenhada e bem cortada, para a ala mais clássica, que gosta de seguir tendências sem, no entanto, mudar drasticamente seu closet. Armani vem em cinzas, marinho e pretos. Soltos, manchados, extremamente confortáveis e relaxados. Calças, atenção, de pregas, curtas e de gancho baixo. Ferragamo vai de cáquis, blazers curtinhos, de abotoamento duplo e cruzado. As calças são amplas e o linho reina absoluto, misturado aos bons tricôs de ponto largo.Espadrilles nos pés não podiam faltar.


Missoni 
Mestre das tramas tricotadas, a Missoni também fez bonito. Em coleção mais limpa, mais minimalista – se é que isso é possível em se tratando dos mil ziguezagues da grife -, com destaque para a alfaiataria em tricô marinho do início do show e as inesperadas peças em sarja e náilon, como as jaquetas e parkas de ares militares.
Lindas combinações de cores, cardigãs perfeitos para o momento decorado da moda masculina e um tênis inteiramente bordado e multicolorido que faria você entrar na fila imediatamente para adquiri-lo. Sem contar a simpatia do clã Missoni, que ofereceu coquetel regado a prosciutto e formaggi de todos os tipos aos convidados, que puderam conversar com absolutamente todas as gerações da família ali presentes.

Vivienne Westwood
Vivienne Westwood não envelhece mesmo. Provou isso com um desfile impecavelmente equilibrado entre o conceitual e o comercial, inspirado nos esportes olímpicos – Londres 2012, lembra?. Alfaiataria de primeira, jeans, coletes, sapatos e meias vermelhas, sempre com o toque excêntrico e irônico que a mãe do punk não perde. Você não precisa gostar de tudo o que foi visto na passarela, basta entender de onde vem e para onde vai, como se consegue vender sem perder a essência. Bom exemplo para a nova geração de estilistas brasileiros.

Fotos: FFWCrítica: Sylvain Justum / GQ Brasil
Amanhã é feriado, eu subo o 3º dia de desfile, e estou preparando uma postagem sobre “Barba” e para as meninas um post sobre os estilos das meninas de hoje e suas referências! ok? xx

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